Miranda de l Douro

Miranda de l Douro

  Fins de semana ou escapadinhas longe da cidade são sempre excelentes desculpas para visitar outras cidades do país que ainda não conheçamos. Foi o caso de Miranda do Douro, cuja qual já muito tinha ouvido falar mas pouco sabia sobre. Um desse pouco que sabia era o Mirandês, que como muitos devem saber é a 2ª língua oficial de Portugal desde os finais dos anos 90. Com a proximidade de Espanha, não é de admirar que muitas destas palavras façam lembrar o próprio castelhano.
    A estadia foi numa casa bem perto do centro da cidade, numa das ruas típicas daquela zona histórica. Isto tornava possível facilmente chegar ao centro da cidade e principais zonas turísticas a pé, sem ser necessário o carro. Com rés do chão e primeiro andar, esta tornou-se a opção perfeita para passar estes dias, já para não falar do seu ambiente agradável e acolhedor.

Bem perto da nossa localização ficavam as Muralhas e as ruínas do Castelo, assim como várias igrejas incluindo a Sé Catedral de Miranda do Douro. Aliás, é na Sé que é possível encontrar o Menino Jesus da Cartolinha, uma figura particular com roupa cujas lendas estão ligadas ao passado com guerras e cercos travados com Espanha. Vale a pena visitar, qualquer que seja a religião, apenas para conhecer o local e apreciar a beleza da arte sacra.



  

Um outro ponto que merece destaque é a barragem de Miranda do Douro. Sendo que o concelho integra o Parque Natural do Douro Internacional, não seria de estranhar nada mais nada menos que paisagens de cortar a respiração, junto ao rio.


E mais uma lenda, reza que quem encontrar o 2 esculpido na rocha das arribas sobre o Douro (do lado espanhol) , que irá encontrar o seu mirandês. Tive dificuldade e só encontrei o suposto 2 com ajuda por isso acho que não conta... Com ou sem lenda, continua a ser algo que nos deixa deslumbrados com aquilo que a natureza é capaz de fazer.
  A nível de gastronomia, no centro da cidade há vários locais que poderão optar para comer algo. A nossa opção num dos dias recaiu sobre um bar ali perto. Esta é a terra da famosa Posta à Mirandesa, vitela e cordeiro mirandês (raças DOP, como o gado Asinino, único da região), enchidos, mel, azeite e vinho. Quanto à doçaria tradicional, aqui encontramos os roscos, os sodos, os dormidos e a bola doce (com canela, e é tudo o que eu preciso de saber!). Além destes pontos, há ainda o próprio centro histórico onde ficamso alojadas. Com estreitas ruas, em paralelo até algumas mais largas de comércio, é fácil percorrer esta parte a pé. Uma particularidade que podem notar quando estão a chegar a Miranda do Douro é o nome das localidades em português e mirandês e na cidade as ruas e largos escritos também em mirandês.

Ainda pelo centro histórico da cidade, é possível encontrar vários pontos turísticos onde é mostrado algumas tradições e produtos típicos. Não podiam faltar as Capas de Honra de Burel, visíveis nas estátuas em frente ao Museu da Terra de Miranda ou até em montras com um toque contemporâneo.


E claro, não poderiam faltar as tradicionais recordações... Aqui parece que as lojas se concentram sobretudo numa rua, com restaurantes, pastelarias, de roupa, etc...A minha escolhida para comprar algumas coisas para trazer, foi na loja Sabores da Muralha. Daqui vieram as bolas doces mas também tinha disponíveis outros itens regionais como o mel de urze e de carvalho, itens feitos com leite de burra ou até peças em barro. 

Guia Rápido

Pontos de interesse: Castelo de Miranda do Douro, Abrigo Rupestre da Solhapa, Erimitério "Os Santos", Pombais Tradicionais da Freixiosa, Castro S. João das Arribas, Sé de Miranda do Douro, Fraga do Puio.

Museus: Museu da Terra de Miranda, Terra Mater - Ecomuseu de la Tierra de Miranda, Centro de Interpretação Turístico e Ambiental de Miranda do Douro

Percursos: Trilho de S. João das Arribas, itinerário cicloturístico que atravessa vários pontos do Parque Natural.

Acessos: Para quem como eu for do litoral, o melhor será ir pela A4 em direção a Vila Real, com passagem no Túnel do Marão que facilita e muito o percurso.  Depois haverá uma saída para o IC5 até Miranda do Douro. Dependendo da altura do ano, deverá ter algum cuidado especial com os pneus, já que são frequentes os avisos de gelo e também com o estado dos travões, devido às descidas acentuadas. Se for inverno, aconselho a fazer a viagem de dia, não só porque penso que seja mais fácil em certos locais, com curvas e contra-curvas ma também porque podem apreciar a paisagem que vos rodeia. Alerto para o facto de após a saída da A4 não existir áreas de serviço ou postos de abastecimento face à estrada pelo que aconselho a precaverem-se antes de sair (há uma a seguir ao Túnel do Marão...).

Clima: Se como eu estiverem habituados ao clima do litoral Norte: esqueçam. O frio pode ter mesmo temperaturas muito baixas, sobretudo à noite e de manhã, no entanto -1 por lá é mais fácil de suportar que no litoral, penso que por ser mais seco. Se for no verão, o calor torna-se quase insuportável, afinal estamos no interior, sobretudo durante o dia. Ainda assim é sempre bom levar um casaco para agasalhar. Se a vossa pele tem tendência a secar com o frio, neste clima irão sentir que precisarão de mais água e hidratação, por isso não esquecer de levar o creme hidratante e o bálsamo de lábios (que eu esqueci-me e tanta falta me fez...)

Outros:
Zamora a 40km e Salamanca a 90km
Ifanes e Paradela (Anfainç i Paradela) é o primeiro local onde nasce o Sol em Portugal (Miradouro da Paradela )
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